quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vergonha – Parte II

Este governo é mesmo uma vergonha!!! Quando é preciso começar a cortar começa pelas migalhas no subsídio de desemprego e continua a gastar à grande nas auto-estradas.

O subsídio de desemprego já não podia ser superior a 65% do salário bruto, agora também não pode ser superior a 75% do salário líquido. Qual é o benefício??? Passam a pagar menos àqueles que descontam mais de 35%!!! Quanto é que o estado vai ganhar com esta medida? Ou será que não sabem? Lança-se uma medida assim a avulso sem se quantificar a vantagem da medida, mas a comunicação social engole e não se queixa. Vamos pedir emprestado este ano 24 mil milhões de euros. Acham mesmo que é isso que vai equilibrar as contas públicas?

Como se isso não bastasse de noite adjudica-se mais uma auto-estrada inútil aos amigos da Mota-Engil, que supostamente vai promover o emprego. Mas qual emprego? Aonde é que isso vai gerar emprego? Alguém já contabilizou quanto emprego foi gerado pelas dezenas de auto-estradas que foram lançadas na última legislatura? Só me lembro do emprego do camarada Jorge Coelho!!! Mas a comunicação social engole e não se queixa.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida

Hoje foi o 1º dia do resto da nossa vida, o equivalente do ponto de vista de Portugal ao ataque às torres gémeas de Nova York. Pela primeira vez em séculos fomos atacados como nunca antes visto, nem por mar, nem por terra, nem pelo ar, mas via mercados financeiros e no nosso ponto mais fraco que é a dívida. O capitalismo aliado à globalização não perdoa, tal como na natureza, só os fortes sobrevivem. Os fracos servem de alimento aos restantes e assim o ciclo da vida continua.
Talvez amanhã pareça que tudo não passou de uma tempestade num copo de água. Mas é pura ilusão... após esta investida virão certamente outras ainda mais devastadoras. Portugal tem uma grande desvantagem nesta disputa. Andou os últimos 20 anos a viver à custa dos outros e agora precisa de dinheiro emprestado para pagar o que deve. E isso é um chamariz demasiado tentador para os grandes predadores, ou melhor especuladores. É como escolher entre morrer de sede ou ser comido pelos que estão à nossa espera no lago.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

25 de Abril

O 25 de Abril é sempre um dia de grande festa na avenida da liberdade e rossio. Ontem esteve um tempo espectacular o que também ajudou. Não me identifico muito com os slogans, mas admito que para a maioria das pessoas tudo aquilo lhes toque na alma e faça sentido. Gosto particularmente de subir a avenida indo em sentido contrário para apreciar toda a coluna e não ficar restrito apenas a um conjunto de pessoas. Felizmente o 25 de Abril deu-me liberdade para dizer e escrever aquilo que penso, segundo o que me dizem a mesma liberdade que o meu avô não teve enquanto foi vivo.

Por isso aqui vai: na minha opinião mais do que “muitos mil para continuar Abril”, são precisos muitos milhões para derrubar este sistema político podre que nos está a levar ao abismo. Salvar a liberdade implica existirem partidos no governo que despeçam funcionários, baixem salários, cortem na despesa, cortem no investimento, devolvam a ordem e os exames às escolas, mandem para a prisão mais de metade de juízes corruptos, acabem com os seguros de saúde, as auto-estradas inúteis, as construtoras amigas do estado, com as autarquias amigas das construtoras, os privilégios da banca, o proteccionismo às empresas participadas, etc, etc, etc.

O problema é que este discurso é típico de uma ditadura e não de uma democracia. Ou seja, o que estou a dizer é que para salvar a liberdade seria preciso abdicar da democracia. É algo deveras pernicioso, um passo para o abismo, porque as ditaduras começam sempre por resolver problemas sem solução e acabam sempre com o esmagamento de um ou mais povos. Por isso compreendo que o 25 de Abril de 2010 seja o reflexo do passado mas que nos rostos das pessoas esteja visível uma certa premonição sobre um futuro que será evidentemente triste. Por isso mais vale aproveitar e viver intensamente o presente. É o que nos resta…

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Líder Destacado

Hoje finalmente a Alemanha veio explicar porque é que Portugal não é comparavel com a Grécia. Nem Portugal nem nenhum país na UE. Segundo as contas alemãs a Grécia precisa de 80 mil milhões de euros de empréstimo, ou seja metade do PIB português. Até agora só há a garantia de 30 mil milhões e mesmo assim metade vem do FMI. A Grécia afinal vai muitas voltas à nossa frente. Apesar de todos os nossos esforços, Portugal nem que quisesse tinha dimensão para se enterrar num buraco tão grande. Nem com mais 10 Guterres e 20 Sócrates.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Frases

Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque
· "Alguns membros da zona euro mais fracos, como Portugal e Grécia, podem abandonar a união monetária e isso iria enfraquecer o euro".


Simon Johnson, antigo economista-chefe do FMI
· "O próximo no radar é Portugal. Este país só não está no centro das atenções porque a Grécia caiu numa espiral descendente. Mas estão ambos perto de falência económica e parecem hoje bem mais arriscados do que a Argentina quando entrou em incumprimento, em 2001".


Tim Lee, pi Economics
· "Os baixos níveis de poupança demonstram o facto de que o défice português não será facilmente financiado no mercado doméstico, o que torna difícil para estes países [Portugal e Grécia] escaparem à armadilha da dívida".


Sócrates no parlamento a responder a Louça:
· “Manso é a tua tia, pá”.

Re: Sacro

Realmente não é um bom investimento. Por 178,10€ podem-se comprar vários exemplares feitos em materiais mais em conta para alguém a recibos verdes e com mais funcionalidades.

E já agora, 2.40m não será um pouco demais? Está certo que é para freiras, que normalmente são bastante avantajadas, mas mesmo assim… LOL. Agora percebo o prazer da oração!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ministério da Economia

Depois de uma hora de entrevista em que Vieira da Silva expôs lamúrias mas nenhuma ideia com interesse, chegou mesmo a dizer “temos de ir gerindo a situação”, eis que aparece a pergunta de 1 milhão de euros.
José Gomes Ferreira – “Esta legislatura é para levar até ao fim?”
Ministro da Economia – “Porque não, há melhores alternativas?”
LOOOL. Se isto é o melhor que temos, será que vale a pena existir um ministério da economia?
Eis o que o ministo disse que estava em curso no seu ministério:
- linhas de crédito de financiamento ao investimento
- seguros de cobertura de risco à exportação
- layoff: apoio à formação através do pagamento de uma parte dos salários
- aposta nas energias renováveis

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O Congresso e o Circo

Sobre o congresso do PSD, o pior que se pode dizer é que pareceu um congresso do PS. Uma grande preocupação pela imagem e pela forma de passar uma mensagem que não é mais do que aquilo que se quer ouvir. É verdade que apareceram caras novas e que houve discursos bem preparados, mas cada vez mais os intervenientes são profissionais da política e a lucidez é substituída pela palhaçada. Por um lado existem pessoas deliberadamente à procura de um tacho, mas também existem daquelas iludidas sobre os verdadeiros propósitos de um partido talhado para o poder. Quanta ingenuidade pensar que dali pode sair algo positivo. Às vezes parecia uma plateia de crianças a ver números de magia, e o líder, qual malabarista, lá se ia equilibrando entre as diversas facções e os diversos interesses. E pensar que também eu já estive iludido em tempos, mas nessa altura o circo era outro, bem mais excitante por sinal.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

De Pobre para Pobre

Portugal vai emprestar dinheiro à Grécia! A primeira vez que ouvi este absurdo ainda tive vontade de rir mas agora que já foi estipulado o valor acho que só podemos chorar, 774 milhões!!!
Mesmo que tivéssemos dinheiro seria desinteressante, até as obrigações do Benfica rendem mais juro. Além disso emprestar dinheiro a quem provou que não sabe geri-lo, e que por isso terá dificuldades acrescidas em pagar, não é uma ajuda mas sim mais um empurrão para o abismo. Mas continua a insistir-se nisso com a maior das descontracções porque parte-se do pressuposto que partir de agora alguém vai controlar as contas gregas. Como se isso fosse possível!!! Se fosse não tínhamos chegado onde chegámos, mas os europeus continuam com esta ingenuidade colossal de achar que podem moldar os países do sul a um padrão de eficiência e rigor alemães. Ridículo! Emprestar dinheiro a estes países é continuar a cavar a sua sepultura. Portugal emprestar à Grécia é ridículo ao quadrado e estúpido!!! É cavar duas sepulturas com um só empréstimo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vergonha!!!

Os 3,1 milhões de euros de remuneração do presidente da EDP ficam acima dos salários de Steve Balmer, presidente da Microsoft, ou Steve Jobs, presidente e fundador da Apple.
E estamos a falar de alguém que dá-se ao luxo de fazer 14 mil milhões de dívida, quase 10% do PIB, para investir o nosso dinheiro em negócios duvidosos e cujo proveito ficará limitado a uma dezena de pessoas.