quinta-feira, 21 de maio de 2009

Autoeuropa

Quimonda e Autoeuropa são apenas mais 2 empresas que deixaram de ter viabilidade com a crise económica. A crise em Portugal é uma especie de ente divino que age como um terramoto com as suas réplicas sucessivas que vão mandando abaixo todos os edifícios do nosso aparelho produtivo. Por agora podemos tentar disfarçar que o que está a acontecer é fruto da malvadez dessa tal crise. Mas quando a crise já não servir de desculpa tenho curiosidade de saber o que vão inventar a seguir para justificar o facto de o nosso país não produzir quase nada que seja realmente nosso e que nos últimos anos temos alimentado a nossa economia com apendices de fábricas de outros países que se instalam aqui para aproveitar a nossa mão de obra barata e qualificada e os apoios governamentais que não são mais do que o esbanjar dos nossos impostos para resolver o problema da exportações da maneira mais fácil. Tal como os exames escolares, como os hospitais privados e as mil e uma autoestradas, estes nossos políticos incompetentes optam sempre pela solução mais fácil. Essa é que é a nossa crise.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Qualificações

Segundo Sócrates as desigualdades sociais existentes no país são fruto das deficientes qualificações da generalidade da população. Como qualificar as pessoas dá trabalho e demora tempo, o governo resolveu saltar essa parte e passou logo para a fase da entrega de diplomas. Baseando-se na preciosa experiência de vida do PM que aprendeu inglês técnico em poucos segundos e tirou uma licenciatura em engenharia na farinha amparo, em poucos anos este governo pretende revolucionar as estatísticas e fazer com que o nosso país seja menos desigual. Agora só não tem qualificações quem não quer e no fundo poderíamos ser todos PMs. Certamente não faríamos pior.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mão na Bolsa

Numa entrevista publicada pelo jornal I, Obama diz que parte da riqueza que se perdeu com a crise era pura ilusão. Ao olhar para a recente subida galopante da bolsa portuguesa, que de maneira alguma se traduz em melhorias na economia real, começo a suspeitar que em Portugal a única parte que vamos recuperar será aquela que nunca chegou a existir.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Financiamento dos Partidos

É do senso comum que os actuais partidos estão podres e já não deviam existir mas poucas pessoas têm a coragem de o dizer porque não há alternativas com vista a uma transição pacífica para outro modelo. Por isso vamos continuar a fingir que está tudo bem até ao dia em que seja insustentável continuar. Tendo isso em consideração e sabendo que Portugal e corrupção são duas palavras inseparáveis, faz todo o sentido aumentar o limite dos financiamentos dos partidos. Nem percebo como é que demoraram tanto tempo a fazê-lo. Qualquer dia ainda vão inventar linhas de crédito especial para financiamentos de partidos. Já estou a ver o slogan da campanha eleitoral: “Invista no nosso partido que o retorno compensa. É um investimento seguro e sem riscos”.