quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Prazeres da Vida

Quem percebe alguma coisa de meteorologia já deu conta que os recentes eventos são fenómenos nunca antes vistos. O que aconteceu na Madeira foi apenas o episódio mais grave. Temo que seja apenas o primeiro grande evento trágico neste país. A tempestade da Madeira e a entrevista do PM na SIC mostram-nos que já não vale a pena preocupar-nos com mais nada. Mais vale fechar os olhos e aproveitar todos os prazeres da vida sem sentimentos de culpa.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Sol volta a brilhar

Já é tempo de dizer basta a estes boys!!! Basta de esquemas, basta de manipulação da informação, basta de marketing político. Mostrem a verdadeira face deste governo para vergonha de todos os que votaram e que continuam a querer votar no Sócrates.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Era uma vez um Grego, um Alemão e um Português

Mais de metade dos alemães quer expulsar a Grécia do euro. É natural, os alemães têm uma cultura de trabalho, de rigor nas contas, de esforço e de resultados. Os gregos são diferentes. Não são piores nem melhores, são diferentes. Acho que nenhum grego trocaria ser grego para passar a ser alemão. E vice-versa. A maneira de ser dos alemães faz da Alemanha um país rico. E a maneira de ser dos gregos faz da Grécia um país pobre. Os pobres da Grécia serão sempre uns desgraçados, enquanto que os pobres da Alemanha estarão perto da classe média-alta da Grécia. Mesmo assim os gregos irão sempre preferir ser gregos porque é uma questão cultural. O problema está em querer nivelar os gregos com os alemães ou de uma maneira geral, os do norte com os do sul.

Portugal tem vivido à custa do endividamento externo porque está a ser nivelado pela bitola alemã. Mas agora que a bolha rebentou, há muitas perguntas à espera de resposta. Vamos continuar ligados ao comboio do euro mas desta vez sem pedir dinheiro emprestado para pagar o bilhete? Ou vamos rejeitar cumprir as regras humilhantes que nos vão impor e assumir que vamos a pé? Será que temos escolha, ou vão escolher por nós? Se formos nós a escolher vamos tentar arranjar um esquema para continuar no comboio sem pagar e a fugir do pica? Esta é fácil. É óbvio que sim! É por isso que somos portugueses, e mesmo que ninguém diga abertamente, temos orgulho de ser assim.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Sol quando nasce é para todos

Nem me pronuncio sobre a história das escutas e os eventuais crimes que elas escondam porque não tenho competências jurídicas para tal, nem quero ter. É evidente que o PM anda a pressionar jornalistas desde que chegou ao cargo. As escutas não trazem nada de novo, basta conhecer algum jornalista para ouvir relatos de pressões. Só não vê quem não quer. Mas sinceramente não ligo muito a isso porque os portugueses já revelaram muitas vezes que não têm pudor nenhum em votar em criminosos desde que sintam que podem tirar vantagens com essa escolha e não são os jornalistas que irão mudar isso. Nesses cenários pantanosos o PM está como peixe na água.
O mais grave são as trocas de favores entre certas empresas e o governo. Que resultam em concursos viciados ou que nem sequer chegam a existir. E resultam também em lucros gigantescos de uma meia dúzia de empresas que nem sequer têm grande responsabilidade social, em detrimento de dezenas de outras que não conseguem passar do limiar de sobrevivência. Isso acaba por se traduzir no curto prazo em desemprego e numa economia sem pernas para andar. No médio e longo prazo o problema será ainda maior porque a protecção do estado não é suficiente para que estas empresas entrem de igual para igual em fusões com as suas congéneres europeias. E sem dúvida que os despedimentos que estão a ser adiados à muitas décadas pelas golden shares, serão uma realidade cruel e abrupta nesses cenários de fusão. E nessa altura não haverá mercado para escoar tanto desemprego porque entretanto matámos qualquer hipótese de sobrevivência de todas as empresas não amigas do estado. Sem contar que o próprio estado está tão endividado que também não terá capacidade de absorver milhões de desempregados. É triste mas é mesmo assim.
Às vezes fingimos que não vemos algo que está mesmo ali à nossa frente mas nem sempre é por mal. É normal não se arriscar sem ter a certeza do que vamos encontrar. Mas independentemente disso é natural que estas coisas mexam connosco.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Fim da Linha

Não resisto a publicar...

Mário Crespo
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento.
O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.
Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.
Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o.
Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos.
Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados.
Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.
Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009.
O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu.
O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”.
O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”.
Foi-se o “problema” que era o Director do Público.
Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mário Crespo

Obrigado pela coragem de afrontar o poder instalado e pela decência de recusar fazer parte deste regime. Isto ainda não é a Venezuela apesar de alguns acharem que podem tudo.