Ontem alguém na televisão dizia que todo este plano de auteridade do governo serve apenas para não termos de pedir emprestado durante um mês e meio. Se quiseremos parar de viver à custa de empréstimos, ou seja, se quisermos parar de agravar esta situação de quase falência, precisamos de um plano que seja 8 vezes mais duro que o actual. Mas esta geração, num acto de profundo egoísmo, vai continuar a fingir que nada disto está a acontecer, no fundo, esticar o período de "gastar o que não se tem" que decorre à decadas. Tudo à custa da próxima geração. Imagino o que os nossos filhos dirão daqui a 20 anos quando perceberem que a geração anterior andou a viver à custa de empréstimos, e que eles por mais que se esforcem estão condenados a viver na pobreza de quem trabalha para pagar juros. E quando eles forem investigar onde foi gasto o dinheiro, irão descobrir auto-estradas, hospitais, escolas, tgvs, aeroportos, ccbs, piscinas, universidades, etc, etc, tudo ao abandono sem manutenção, porque eles estarão mais preocupados em arranjar dinheiro para comer e pagar as dívidas das gerações anteriores.
Quando iniciei este blog eram raras as pessoas que iam à televisão dizer estas coisas, que não são opiniões, nem posições políticas, são apenas a realidade. Hoje em dia este discurso banalizou-se. É um primeiro passo, mas também o mais facil. Ter consciência da realidade porque alguem simplestemente deixou de nos emprestar dinheiro durante quinze dias, não é um grande mérito, mas já está. E os passos que se seguiram são timidos, covardes mesmo. Sim, porque antes ainda podíamos alegar insconsciência, agora que sabemos para onde vamos é mesmo covardia. Mas um dia mais tarde, esta geração será julgada, e nessa altura, "rasca" será o apelido mais suave a aplicar.